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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Surpreendido, Alessandro desabafa: ‘Dei a cara muitas vezes. Não merecia’

 
Lateral-direito fala sobre a saída inesperada do clube e condena justificativa do vice de futebol André Silva: ‘Não foi por causa da torcida’
alessandro ex-botafogo coletiva (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Alessandro não esperava receber um adeus do Botafogo agora. Apesar do término do contrato, havia um termo de compromisso firmado por ele que previa a renovação por mais duas temporadas. A assinatura do presidente Maurício Assumpção, no entanto, não foi para o papel, e o jogador ouviu da diretoria a decisão de dispensá-lo. A relação conturbada com a torcida foi apontada pelo clube como determinante no seu caso.

Na manhã desta terça-feira, o lateral-direito convocou a imprensa para uma entrevista coletiva. No salão de festas do prédio onde vive, em Niterói, falou pela primeira vez sobre a saída do Alvinegro. Mostrou-se surpreso, chateado e contestou a justificativa do clube.

- Em 16 de outubro, o Anderson (Barros, gerente de futebol) me chamou, queria renovar meu contrato por mais dois anos. Eu assinei esse termo de compromisso, e só faltava a assinatura do presidente. Os dias foram passando, não peguei a cópia do contrato, até porque acreditava nas pessoas. Para minha surpresa, quando entrei de férias, o Anderson me chamou para uma reunião falando que o Botafogo não contava mais comigo para o ano que vem. Me pegou um pouco de surpresa, as pessoas sabem da minha importância ali dentro, mas infelizmente não vai dar para permanecer. Acho que não tem nada a ver com desgaste de torcida, não era o problema. Fico um pouco chateado, acho que não merecia passar por isso, confiei nas pessoas ali dentro, não foram corretos comigo nessa parte. Quando assinei esse termo de contrato, acabei planejando a vida toda, envolve a família, os filhos. Se não quisessem a permanência, eles não me chamariam, e eu seguiria a minha vida. Mas a gente tem que aceitar, não são obrigados a ficar comigo.

Em pouco mais de meia hora de entrevista, Alessandro quase não sorriu. Quando o fez, foi discreto. Sair do clube desta maneira não estava nos planos. De meados de 2007 até o fim de 2011, foram 241 jogos, sendo 206 como titular, e 14 gols. Títulos? Só um. O Carioca de 2010. Críticas? Muitas. Aos 34 anos, sofreu nos últimos tempos com a falta de empatia com os torcedores. Quando a equipe ia mal em campo, era quase sempre o primeiro a ser vaiado.

- Alegaram que havia oposição lá dentro, mas quem manda no clube é o presidente. Eles têm de dizer a razão para vocês (jornalistas). Fico chateado pela maneira como as coisas foram conduzidas. O único que demonstrou que queria que eu ficasse no clube foi o Anderson Barros. O presidente e o vice-presidente não queriam a minha permanência. Vi uma declaração do André Silva dizendo que era por conta da relação com a torcida, mas acho que ele foi infeliz. Não foi a torcida. Terminei o ano bem com a torcida. Saio na rua e encontro torcedores que estão tristes com a minha saída. Dei a cara muitas vezes nos momentos difíceis por ser um dos mais experientes. Não merecia isso. É um momento de tristeza, mas fico feliz por saber o quanto fiz pelo Botafogo.

Alessandro assegura que não está magoado com os dirigentes, mas ao mesmo tempo é crítico. Acha que virou bode expiatório.

- Talvez eles (dirigentes) não sejam tão fortes, não estejam tão preparados para superar essa pressão do clube. Creio que estão procurando ver o lado deles também. Com certeza dá um pouco de alívio (a saída do jogador). Talvez minha situação poderia ter sido diferente em caso de vaga na Libertadores ou título. Mas minha permanência não estava condicionada a isso. Isso não estava no meu contrato.

Segundo o lateral, não houve interferência do técnico Oswaldo de Oliveira, que ainda vai assumir o clube, na decisão.

- Não tem, não. Até porque meu empresário (Frederico Moraes) tem boa relação com o Oswaldo. Ele conversou com o Oswaldo, que disse que confiava em mim, que contava comigo. Se fosse problema, ele falaria que não queria. Não é problema do treinador.

A partir de agora, depois do desabafo, Alessandro vai pensar no futuro. Ele diz que algumas propostas de clubes brasileiros já estão nas mãos do seu empresário. O destino ainda é incerto, mas o ex-camisa 2 alvinegro sai do Bota de cabeça erguida.

- Levo muita coisa positiva. O Botafogo me fez crescer muito na profissão, me fez crescer como jogador, como ser humano. Ninguém queria passar pelo que passei aqui dentro. Superei muita coisa. De negativo, levo os momentos em que me dediquei em campo e os torcedores vaiaram. Isso foi uma coisa que me deixou chateado, mas consegui superar isso. É muito difícil jogar no Botafogo, tem que ter muita personalidade. Nunca deixei de ter, vou levar para o resto da minha vida. Isso eu não vou esquecer, só me deu força para superar as dificuldades.

O jogador conta que pensou em deixar o clube em abril, depois da recepção hostil dos torcedores no Rio com a eliminação precoce da equipe na Copa do Brasil.

- Naquele episódio no aeroporto, cheguei a falar na imprensa que seria meu último ano, que cumpriria meu contrato. Mas as coisas foram mudando, o vento foi soprando a meu favor, a equipe começou bem o Brasileiro, pintou a possibilidade de renovação, fiquei bastante feliz e passei a pensar em encerrar a carreira mesmo no clube. Mas as coisas não deram certo. É levantar a cabeça e vida que segue bola para frente. O Botafogo não será o último clube na minha carreira, não vou parar por causa disso.

Na saída, Alessandro também comentou o fim de ano melancólico do Botafogo. De candidato ao título, o time encerrou a temporada como único carioca fora da zona de classificação para a Libertadores. Ele negou qualquer tipo de problema de relacionamento entre os jogadores ou do grupo com o ex-técnico Caio Júnior, mas disse que faltou comprometimento de alguns companheiros.

- Erramos quando não poderíamos errar, miramos muito o título, tivemos possibilidade de serem líderes várias vezes, mas quando não tínhamos mais chances de conquistar o Brasileiro relaxamos e ficamos até fora dos Libertadores. Alguns jogadores se comprometeram mais, outros menos. Mas isso é de cada um. Precisávamos de mais comprometimento. A gente via jogadores desanimados quando a equipe não podia mais ser campeã. Faltou ânimo, alegria.
alessandro ex-botafogo coletiva (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Renato M. Prado é contra paralisação do Brasileiro para excursão de clubes

Dentre as mudanças no calendário brasileiro em 2013 está prevista a paralisação do Campeonato Brasileiro para que os clubes possam disputar torneios no exterior. Um pedido das entidades acatado pela CBF com o objetivo de torná-los conhecidos fora do continente, além de reforçar o caixa. A proposta não agradou ao comentarista Renato Maurício Prado, que participou do "Redação SporTV" desta quinta-feira.

- Acho absolutamente sem sentido. E continua o problema de datas com a Seleção Brasileira. Existe anti-clímax maior do que esse, parar o campeonato? Esse pedido é uma bobagem dos clubes. A gente sabe como eles são administrados. Basta ver as dívidas de cada um.

André Rizek lembrou da importância dada pelo presidente do Internacional, Giovanni Luigi, do torneio disputado pelo clube na Alemanha, este ano, com Milan, Bayern de Munique e Barcelona. O torneio foi realizado durante o Campeonato Brasileiro. Para Renato Maurício Prado, apenas os principais clubes vão tirar proveito da medida:

- Quantos clubes você acha que vão excursionar? Quatro, cinco, seis? O Campeonato Brasileiro tem 20 clubes. Agora, vai ser com o Troféu Ramón de Carranza e Teresa Herrera que eles vão resolver a vida...

Cortês volta ao time após ser barrado contra o Atlético-MG

Antônio Carlos não treina com titulares e chance de encarar o Fluminense, neste domingo, são pequenas

O treino técnico do Botafogo desta quinta-feira trouxe apenas uma novidade em relação ao time que foi goleado pelo Atlético-MG na última rodada. Cortês está de volta ao time titular depois de ser barrado do jogo contra o Galo. O jogador reassume a lateral esquerda no lugar de Everton, que está suspenso. Felipe Menezes segue como titular no meio ao lado de Elkeson e Maicosuel.

A principal baixa da atividade foi o zagueiro Antônio Carlos. Se recuperando de uma lesão na coxa direita, o jogador treinou à parte o preparo físico. As chances de enfrentar o Fluminense, neste domingo, são pequenas, mas o jogador será reavaliado nesta sexta. Lucas e Marcio Azevedo, que também se recuperam de lesões, também não participaram dos exercícios com o restante do grupo.

O Botafogo se prepara para encarar o Tricolor, neste domingo, em Volta Redonda. O Glorioso precisa vencer o jogo, que tem início às 17h (horário de Brasília), para sonhar com a Libertadores. Além de ganhar a partida, o time alvinegro tem de torcer contra Coritiba, São Paulo, Inter e Figueirense.