buscape


buscape

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Que viva SEEDORF

Ele chegou aqui e queria mudar muitas coisas, como a questão de música no vestiário. No Brasil, o vestiário é pagode, samba... Ele chegou e se assustou. Para ele, vestiário é concentração. Aí, eu falei com ele que vamos mudar, mas devagar (risos). Hoje, ele está mais ponderado. Mas se você pegar o que ele fala, tem nexo. A ordem, a questão de rouparia, o horário, a tática...” – Jefferson, goleiro do Botafogo, comentando a postura e a cultura esportiva de Seedorf.
Creio que o comentário de Jefferson e as manifestações de Seedorf são contributos importantes para se perceber um pouco mais porque é que o futebol europeu tomou conta do palco mundial e porque é que o futebol do país de Garrincha e Pelé, entregue ao desleixo esportivo e às escandalosas proteções a certos clubes, entrou em decadência apesar de continuar a produzir atletas de grande qualidade (alguns dos quais, como Jobson, fazendo da sua vida aquilo que todos nós sabemos) e de ter sido um brilhantíssimo campeão do mundo que reinventou o futebol entre finais da década de 1950 e o início da década de 1970.
Quando os botafoguenses tiverem um presidente, um diretor de futebol e um treinador que formem uma tríade sólida exclusivamente virada aos interesses do Botafogo e que sejam capazes de impor ordem e disciplina em vez de facilidades, ética e dedicação em vez de gente que apenas se quer mostrar na vitrina do Glorioso, muito treino e moderação na vida social em vez de rachões e noitadas, muito esforço e devoção em vez de moleza e descaso, muita cobrança de empresários e contratação de ‘olheiros’ para o clube em vez de compras por vídeo e por conversa mole, então talvez tenhamos um Botafogo capaz de subir ao palco futebolístico do país e do mundo.
Enquanto isso não acontecer, os títulos importantes passar-nos-ão ao lado e continuaremos a viver na periferia de um núcleo que entrega os títulos aos clubes das suas preferências…

Nenhum comentário:

Postar um comentário